Mesmo que o navio avance mais algumas milhas F. já notou a proximidade dos pontos da carta náutica da misteriosa onda de sonar que enche o radar.
Levantara-se nesse domingo com a boca a saber muito mal, e recordou-se do Dr. JS que o abordara no Bairro Alto na noite anterior, e se apresentara como apoiante de Silva presidenciável, assessor de gravata rosa, de madrugada. JS apresentara-se perante um prato de carapaus de escabeche e copo de favaios, uma agenda preta pequena e de bom gosto com um lápis com o qual apontava sinais estranhos que tanto podiam ser graus de escrita como invenções de bêbado atormentado.
F. escutara divertido a verve do Dr. que passou da gabarolice de apoiante para a de revelador duma missão soberba, reservada a eleitos: descobrir porque razão um astro caíra, ao abrigo da noite, na baía de Cascais.
Como pistas o Dr. JS dissera possuir apenas a da filosofia intuitiva, a boçal figura do amor celestial e outras lúgubres expectativas que alcançava pela redenção da morte pelo amor.
F. leu as coordenadas escritas no guardanapo de papel com nódoas róseas e anotou-as.
Crónica de uma sessão de cinema
Há 2 horas
3 comentários:
à espera de II
:) hello charles!
...vc adora ficar a ouvir as conversas da mesa ao lado?
TR,
Gosto de ficar em mesas que não tenha de ouvir nada do que se diz ao lado. E vice-versa.
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