Escrevo-lhe, caro Gerard, para lhe dizer que do meu novo escritório se vê também a Avenue des Arts, onde o meu amigo rasga todos os dias novos horizontes para esta Europa, que tão difícil se nos apresenta. Tenho á minha frente os volumosos dossiers habituais, sem os quais o grupo de trabalho de que fazemos parte jamais veria cumprida a missão de velar pela segurança dos despreocupados cidadãos da nossa Europa. Madame le Coq vela pelo nosso conforto, trazendo-me chá des etoiles pelas 15h da tarde, quando a minha leitura do Le Soir está no auge. Sabia, Gerard, que a legislação que preparo sobre os tsunamis está praticamente concluida? Sim , digo-o com orgulho, a partir de muito em breve será possível viver em segurança na europa, porque será obrigatório os países com orla marítima erguer uma rede de 11 metros de altura (foi Harriet van Huisman quem fez, os cálculos, pode o meu amigo descansar!), a uma distância nunca inferior a 19 milhas nem superior a 26 (sinto o seu orgulho na precisão dos nossos cálculos, perdoe-me a sinceridade). Como o meu caro perceberá é também a questão dos imigrantes (que lhe é tão cara) que se defende também, a perspicácia do meu amigo nesta questão foi fulcral! Assim, sem imigrantes nem ondas poderemos finalmente ir em breve descansados até Ostende, sem risco de sermos abordados por desagradáveis magrebinos ou mesmo portugueses oriundos do Canadá. A colega holandesa não evitou um esgar de inveja quando lhe apresentei o projecto de decreto comunitário. Receba, caro Gerard, a expressão dos meus sentimentos mais distintos, Pascal deBrueck, 1º secretário da secção 12 da DGXXVIII |
Domingo
Há 5 horas
1 comentário:
Presumo que o Quartier Latin tenha sido terraplanado entretanto? ;)
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