Era uma mulher quem eu via, o vestido vermelho ondulava no ar, a face branca inexpressiva, os lábios pintados de um vermelho sanguíneo, os braços de onde saiam mangas longas esvoaçavam à medida que ela se elevava na sala enorme. Parecia voar e eu olhava incrédulo para o alto do seu voo. A música japonesa rodeava o ambiente e imobilizava os circunstantes.
Numa tarde anunciando o fim do Verão do norte, havia tristeza.
Havia tristeza nesta nova catedral,e lá bem no cimo, como numa abóboda, sem crucifixo, voava a nossa senhora.
Eu estava na secção de roupa interior no Stockmann, em Helsinki, no sábado passado, e continuei a olhar para ela enquanto me escondia na prateleira Calvin Klein.
Agnóstico, eu?
1 comentário:
Enjoyed a lot!
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