13 setembro 2005

E se de repente virmos erguer-se a senhora ?


Era uma mulher quem eu via, o vestido vermelho ondulava no ar, a face branca inexpressiva, os lábios pintados de um vermelho sanguíneo, os braços de onde saiam mangas longas esvoaçavam à medida que ela se elevava na sala enorme. Parecia voar e eu olhava incrédulo para o alto do seu voo. A música japonesa rodeava o ambiente e imobilizava os circunstantes.

Numa tarde anunciando o fim do Verão do norte, havia tristeza.

Havia tristeza nesta nova catedral,e lá bem no cimo, como numa abóboda, sem crucifixo, voava a nossa senhora.

Eu estava na secção de roupa interior no Stockmann, em Helsinki, no sábado passado, e continuei a olhar para ela enquanto me escondia na prateleira Calvin Klein.

Agnóstico, eu?

1 comentário:

Anónimo disse...

Enjoyed a lot!
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