28 abril 2006

E os lugares que ficam atrás, pelos segundos de um relance?



O sol na autoestrada joga com a pala e os meus olhos, agora que é quase hora de os gestos que passam pela mente serem os de outro lugar. É sempre outro lugar, de uma distância de uma alma a outra, esta carregada de outros lugares a sonhar com o paraíso, a outra assombrada de outras estrelas.

Menos, agora reduzo a velocidade porque pensei como devia ter sorrido há uns minutos atrás e me esqueci da poesia que podia estar na alma e no olhar de outro; não há maneira de trocar os olhares pelas palavras insensatas, isto é, sem sentido, latu sensu.

Mais, passo pelos sinais de km, conheço já os sinais, conto de memória, adivinho a idade dos outros pelos km e vou pensando: 12 km, 17 km, 22km, 33 km, 48 km, tudo gente da minha vida.

Que fazer com os kilómetros e os lugares onde não se vê ninguém, ou se vêm aqueles que são figuras de um lugar, sem tempo, apenas com os segundos de um relance?

4 comentários:

TR disse...

Não creio que seja humanamente possível absorver tudo, especialemnte os instantes que fazem parte da rotina. O melhor, o melhor é sempre quando chega essa hora em que os gestos que passam pela mente são os de outro lugar.... :-)

K. disse...

Até senti o vento no meu cabelo... ;)

Carlos Azevedo disse...

it would take the end of all times...

TR disse...

quais meias?