O sol na autoestrada joga com a pala e os meus olhos, agora que é quase hora de os gestos que passam pela mente serem os de outro lugar. É sempre outro lugar, de uma distância de uma alma a outra, esta carregada de outros lugares a sonhar com o paraíso, a outra assombrada de outras estrelas. Menos, agora reduzo a velocidade porque pensei como devia ter sorrido há uns minutos atrás e me esqueci da poesia que podia estar na alma e no olhar de outro; não há maneira de trocar os olhares pelas palavras insensatas, isto é, sem sentido, latu sensu. Mais, passo pelos sinais de km, conheço já os sinais, conto de memória, adivinho a idade dos outros pelos km e vou pensando: 12 km, 17 km, 22km, 33 km, 48 km, tudo gente da minha vida. Que fazer com os kilómetros e os lugares onde não se vê ninguém, ou se vêm aqueles que são figuras de um lugar, sem tempo, apenas com os segundos de um relance? |
Domingo
Há 7 horas
4 comentários:
Não creio que seja humanamente possível absorver tudo, especialemnte os instantes que fazem parte da rotina. O melhor, o melhor é sempre quando chega essa hora em que os gestos que passam pela mente são os de outro lugar.... :-)
Até senti o vento no meu cabelo... ;)
it would take the end of all times...
quais meias?
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