Nem é preciso lucrar
Fecho os olhos, se é preciso
No dia em que te beijar
Troco um desejo por um sorriso
Por dentro do nevoeiro
Mostras-me a lua, em aviso?
Mostro-te o sol por inteiro

M.A. vestiu a criança de 2 anos com a nova armadura de inverno, chamou H. e desceram para aTransit fria e com cheiro de carne entranhada, deixando os desejos em casa e levando as suas esperanças de uma nova casa, contra toda a chuva e desânimo de uma manhã de Novembro

LF estava sentada há algum tempo na esplanada da Vela Latina, com a boina comprada na Bershka, ajeitava-a com a mão direita enquanto a esquerda segurava o bloco de notas (oferecido por C.), e ainda não acreditava no que acabara de ouvir: o Candidato de óculos brancos e camisola de gola subida acabara de lhe confessar a desistência da corrida ao putativo lugar de Belém. LF secretamente admirava FT, o seu olhar ao mesmo tempo altivo e assertivo, os olhos quasi-grandes atrás do óculo obrigatório, as mãos magras e os gestos que afirmavam a independência e a "luta" sem mais.
Eu sou o Cristian.
I'm a glum one
Se quisesse podia levar-me num cruzeiro à volta do mundo, podia ler os meus lábios e oferecer-me um chocolate pequeno embrulhado em papel violeta.
Se me doer alguma coisa
Mesmo que o navio avance mais algumas milhas F. já notou a proximidade dos pontos da carta náutica da misteriosa onda de sonar que enche o radar.
Saiu da casa alugada para uns dias, passou devagar pelo pórtico onde se escondiam atrás pedras frias de um lugar anónimo para ele.