Saiu da casa alugada para uns dias, passou devagar pelo pórtico onde se escondiam atrás pedras frias de um lugar anónimo para ele.
Lembrou a hipocrisia do dia obrigatório e depois parou o carro na berma. Onde estão esses seres da tua memória que já não vivem a não ser dispersos entre lembranças de que te julgas o único? Onde estão os lugares onde os corpos perdidos na tua memória repousam, sem que alguma vez te tenhas procupado em homenagear um só que seja?
Diz agora o que sabes dessa noite que recordas agora, onde a tua mãe te visitou e perguntou como estavam todos os nossos, e te agarraste ao sonho e lhe pediste que não fosse, que te prendesse a ela outra vez, que te embalasse e te dissesse e te contasse o que te esperava, que te dissesse que o inesperado é a única coisa que te faz sólido e sentir que és capaz de tudo, ou te faz diminuir perante a memória canalha que às vezes te faz sentar na cama a meio da noite sem saber nada, e te faz atirar a almofada para o chão, envergonhada de lágrimas
01 novembro 2005
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
4 comentários:
Gostei da tua visita...
E do teu texto ;-)
um beijo
:-)como se atirar a almofada no gesto agressivo, nos libertasse o ódio dela...
Enviar um comentário