11 fevereiro 2009

Sweet little engine


Fecho quatro portas, pressinto seres misteriosos e malévolos do lado de lá.

O aquecimento está sempre ligado neste espaço miserere, embora um ser muito pequeno partilhe o co2 comigo, parece-me uma mosca, mas podes ser tu enviada do outro pequeno espaço onde a porta permanece aberta, com outro aquecedor ligado.
Não sei, mas enquanto decido para que lado se imaginam as coisas, abro o frigorífico, tão gelado, conservando a salada fresca. Depois viro-me para o armário e as luminosas latas já conhecem o caminho.

Gosto de sair depois, pôr as luvas e os detestáveis óculos escuros redondos, mas fica sempre o pequeno mistério das 10 horas que ignoro entre a abertura do armário das latas e a saída da porta de casa, para a luz.

Quereria relatá-las, essas tantas horas, em número, mas não sentidas, mas que pode aqui fazer sentido dizer? Um avião que levanta voo, bate as asas, encurtadas durante o sonho porque, bem, porque é um sonho, suponho, e depois eu mergulho de 300m de altura para salvar os seres que ali se diluem, lívidos e, suponho, mortos?

Não, estas coisas não se podem dizer. Good night & good luck for the next 10 h.

2 comentários:

margarida disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Carlos Azevedo disse...

Ah essa condessa! Mas essa tinha odor corporal que se pegava às letras dos livros, uma maldição inexplicada até hoje.