
02 julho 2009
11 junho 2009
Não deixe o amor passar

Quando encontrar alguém e esse alguém fizer seu coração parar de funcionar por alguns segundos, preste atenção: pode ser a pessoa mais importante da sua vida.
Se os olhares se cruzarem e, neste momento,houver o mesmo brilho intenso entre eles, fique alerta: pode ser a pessoa que você está esperando desde o dia em que nasceu
Se o toque dos lábios for intenso, se o beijo for apaixonante, e os olhos se encherem d’água neste momento, perceba: existe algo mágico entre vocês.
Se o primeiro e o último pensamento do seu dia for essa pessoa, se a vontade de ficar juntos chegar a apertar o coração, agradeça: Deus te mandou um presente: O Amor.
Carlos Drummond de Andrade
18 maio 2009
Deixo-te hoje, Porto
15 maio 2009
E se por acaso, e contra tudo o que esperavas, a ouvisses chamar?

- Que queres agora?
- Eu? nada de especial, estava a falar de acasos e impulsos
- E que tenho eu a ver com isso?
- Bom, pensei que estavas a precisar de um impulso
- Por acaso não estou, por acaso estou a flutuar, n preciso de ti pra nada
- Vês, foi acaso, se calhar estás apaixonado...
- E se estiver? Ela sabe
- Sabe? Quem ?
14 maio 2009
12 maio 2009
A mente em movimento para outro lado

Na rua movimentada, imerso na rua movimentada.
Se de repente no meio do movimento fosse preciso falar : falar, abrir a boca e movimentar as mãos como que a esboçar o ante-movimento da fala.
Entre a gente da rua movimentada apenas alguns olhos se deslocariam do curso normal que os olhos seguem quando vão numa rua movimentada.
Se de repente no meio da rua se agitassem mãos e a boca se abrisse para falar, gritaria e não haveria espaços nem olhos que os olhassem, nem se desviariam para olhar fugazmente para nada.
Mas se numa rua movimentada, experiência de não-liberdade e opressão, de repente as mãos introduzissem uma ruptura tal que os olhos que se movimentam se fixassem e os corpos que seguem colados parassem?
As mãos agarradas ao peito e a boca aberta no espanto da dor, as mãos a descerem pelo corpo abatido até que a cabeça bata violentamente contra a pedra da rua. Os olhos aos milhares param então e falam. Acabou a solidão da rua.
Naquele infimo instante entre a queda e a ausência da mente.
Em movimento para outro lado. A mente em movimento para outro lado
09 maio 2009
18 abril 2009
Sinal dos Tempos

Talvez seja sina. Isto é, sinal, um mau sinal, ou pelos menos é sinal de que se escrevo é para não falar. Para não falar, só porque não há ninguém para falar. Ou todos os que há para falar não são os que eram necessários para ouvir o que houvera eu querido dizer. Assim, venho aqui e escrevo, escrevo que parto hoje, não falando. Toda a gente parte de todo o lado para todo o lado, e o animal que me transporta já trouxe outros que partiram para aqui. Tal como eu saio daqui cruzando-me com eles, eventualmente poderia cumprimentar um passageiro ou outro, ou mesmo interpelá-lo: veio de lá? porque vem para cá? eu vou para lá ! Assim, venho aqui e escrevo, sem saber se alguem lê, apenas para não falar. Para não dizer a quem poderia não querer escutar, e assim se perder a possibilidade de eu entender, porque o que dissesse não faria ricochete e não haveria a volta das palavras de resposta que nos fazem entender porque falámos assim ou de outra forma qualquer. É sempre outro o tempo, é mesmo uma banalidade escrevê-lo. Mas em cada tempo que é outro, se olha para outro tempo cheio de momentos: parece ver-me ali infeliz, no outro tempo, naquele tempo, mas se o sentia então, agora parece-me um tempo mais doce, quase infantil. Porque o outro tempo que não é o de hoje, qualquer outro tempo, é um tempo tranquilo porque resolvido. Tal como se folheia um livro que já se leu até ao fim, de que se sabem já os segredos, mas em que lemos passagens de um momento, saboreando a emoção daquelas páginas, sabendo embora o seu desenrolar e epílogo. Não há portanto tempo de momentos infelizes, da mesma forma que não há agora tempo de momentos felizes.
17 abril 2009
Lábios de côr pintam sonhos
15 abril 2009
A morte brinca e assiste ao nascimento de outras mortes numa reunião infame

No Sobreiro, perto da Ericeira, viveu um oleiro que acolhia passeantes domingueiros, tinha uma réplica de uma aldeia saloia, fazia jóias de cerâmica e vendia-as naquela loja que transbordava a estrada de Mafra à Ericeira.
José Franco morreu hoje.
Em Fevereiro do ano 2000, entrei desvairado no meu Golf e corri para um encontro à porta da loja do Sobreiro, levado pela paixão irracional que se revela em fracções de segundo.
Nesse dia anunciavam-se duas mortes, mas nós não sabemos nada sobre a morte das coisas. A Paixão e a Morte marcaram data para hoje, e escolheram para ilustração uma obscura loja na estrada.
14 abril 2009
O que têm os filmes épicos do cinema moderno a ver com a Symphony No. 5 in c minor, op. 67 - iv. "allegro", do caro Beethoven?
Star Wars, Os Salteadores da Arca Perdida, Superman, Tubarão, etc...tudo tem a ver com Beethoven e em particular com este andamento (basta ouvir 1.5 minutos)
13 abril 2009
E depois no sofá lembrámos como se ama
10 abril 2009
09 abril 2009
De quanto tempo é feito o tempo?
07 abril 2009
Quando a manhã nascer
Para o Ódio nunca tive –
Tempo –
pois que a Morte espreita –
E a vida nunca foi
tanta
Que uma Aversão se acabasse.
Nem tempo tive de Amar –
Ocupar-me
Era preciso –
Do amor o simples Trabalho –
Como achei –
Que Me bastava.
Fight or Flight

The fight or flight response is a natural response to danger.
Our bodies are created to fight or flee when danger is upon us, such as being attacked by a mountain lion. When faced with this kind of danger, the stress hormones pour into our body, causing some blood to leave our brains and organs and go into our arms and legs.
This is vital to us if we are actually being attacked by a mountain lion or a mugger. The problem is that this same response occurs when we become afraid in other situations, such as conflict with a partner.
Margaret Paul, Ph.D.
06 abril 2009
Homem CiberTotal

Venham conhecer Takashi Murakami : escultura, comics, pintura, jogos de computador.
O homem total anda por aí, agora no Museu Guggenheim de Bilbao, amanhã não se sabe.
05 abril 2009
04 abril 2009
03 abril 2009
Museu Efémero: um "must" em Lisboa

Tem um mapa, um audio guide, tudo aqui
02 abril 2009
Bolsa de Dúvidas & Certezas

A linguagem económica baila sobre as conversas e esse manto da crise cobre-nos irremediavelmente como uma manhã de nevoeiro: não escolhemos, estamos lá, ou recolhemo-nos em casa.
Assim ,para tantos e tantos que destilam certezas nos seus discursos, e para outros tantos que têm mais dúvidas que certezas, eu proponho a Bolsa de Dúvidas & Certezas. Mais uma medida anti-crise, como é lógico.
Você tem certezas firmes e com as quais convive bem? Então está vendedor de títulos de Certezas, enquanto você que está cheio de Dúvidas tem excesso das mesmas e está comprador de Certezas.
Trocamos uns títulos, e eu que por exemplo tenho cada vez menos certezas e cada vez duvido de mais coisas, compro já umas Certezas que me estão a fazer uma falta danada.
31 março 2009
To Have and Have Not
27 março 2009
Notícias Frescas

- 85% dos posts com mais de uma página não são lidos
- 90% dos posts com poemas transcritos não são lidos
- 88% dos posts com música do you tube não são ouvidos
- 84% dos posts com música automática quando a página é aberta, não voltam a ser visitados
- 95% dos posts com continuação (tipo I, II, III ...) são os mais lidos
- 65% considera tristes e a evitar os blogs com páginas escuras
Resta pouco eu sei. Mas afinal eu ando a escrever isto para mim, não é? Pois, já me ia esquecendo.
Já somos animais pre-históricos da internet, o que dá mesmo é twitter, facebook, hi5, etc.... Nunca pensei em tornar-me conservador tão depressa.
25 março 2009
Torradas e leite com chocolate
Cataplana: .......

Ingredientes:
1 kg ameijoa
1 cebola(s)
100 g presunto
100 g chouriço
1 c. sopa farinha de trigo
1 dl vinho branco
50 g banha
1 c. sopa pimentão doce
1 malagueta(s)
sal q.b.
pimenta branca moída q.b.
1 kg ameijoa
1 cebola(s)
100 g presunto
100 g chouriço
1 c. sopa farinha de trigo
1 dl vinho branco
50 g banha
1 c. sopa pimentão doce
1 malagueta(s)
sal q.b.
pimenta branca moída q.b.
Preparação de Cataplana de Ameijoas:
1. Derreta a manteiga na cataplana e refogue a cebola picada com um pouco de malagueta.
2. Junte o sal, pimenta, farinha e o pimentão e misture muito bem.
3. Regue com o vinho e adicione o presunto e o chouriço picados aos bocadinhos.
4. Finalmente junte as ameijoas e com a cataplana fechada deixe cozinhar durante 15 a 20 minutos. Sirva ainda quente.
16 março 2009
Borboleta (no Tejo, hoje)
14 março 2009
Como as mulheres se tornaram escultoras

Como sabemos, os homens não existem, foram criados pelas mulheres.
Assim, enquanto no mito Pigmalião faz a escultura da sua musa, que depois ganha vida transmutando-se de pedra em humano, de forma inversa procedem as mulheres:
1. escolhem as suas vítimas e levam-nas para casa~
2. através de um processo só delas conhecido mudam as vitimas, fisicamente, através de martelos feitos de arroz, massa, caldos gordurosos e outras torturas~
3. depois, com a vitima deformada e atónita, sorriem como sereias frente a eles, e incutem-lhes ideias através de olhares penetrantes, canções de embalar ou lágrimas estratégicas~
4. mais tarde, num processo de redenção ao jeito de culto vampiresco, reunem-se com outras e assumem o papel de vítimas~
5. este processo, também conhecido como "virar o bico ao prego", acaba definitivamente com os homens, que passam definitivamente de carne humana a pedra~
6. por último, a estátua é por vezes guardada em casa, posta à porta outras vezes, e partida a escopro e martelo em muitos outros casos~
(pintura Paul Delvaux)
13 março 2009
Imponderabilidade
11 março 2009
Tell me no lies
09 março 2009
08 março 2009
Sistemato ou o jogo dos cinco cantinhos
07 março 2009
O informador
Não pergunte o que o seu telefone pode fazer por si, pergunte o que pode fazer com o seu telefone
05 março 2009
04 março 2009
O Regresso da Economia da Depressão e a Crise Actual: menos que zero

Mr. Krugman, podia citar o seu livro, mas acabei por escolher outra citação:
"What have you been doing, dude?" Rip asks.
"Oh, not too much," I say.
"Yeah, there's not a whole lot to do anymore," he says.
Rip turns the radio up and keeps screaming happily "What's gonna happen to all of us?"
And Spin keeps screaming back, "All of who, dude? All of who?"
Brett Easton Ellis: Less than zero
03 março 2009
Half in love with easeful death

Rue du Cherche-Midi, after a difficult evening, X was explaining very carefully, his voice exact, his sentences well-formed, far from anything inexpressible, that sometimes he longed to swoon; he regretted never being able to disappear at will.
His words were saying that he meant then to succumb to his weakness, not to resist the wounds the world inflicted upon him; but at the same time he was substituting for this failing strength, another affirmation:
I assume toward and against everything a denial of courage, hence a denial of morality: that is what X's voice was saying.
(título: Keats; texto R. Barthes)
02 março 2009
01 março 2009
Sinais

O que representa este (novo) signo? Será um convite para o usar imediatamente, por prazer, ou apenas, caso tal se verifique, por necessidade?
A minha resposta será ela própria um signo, que o outro fatalmente representará, desencadeando assim entre ele e eu uma contradança tumultuosa de imagens.
(R. Barthes - Fragmentos...)
28 fevereiro 2009
Ágape (en)contra Eros

O Apóstolo Paulo descreve o amor como segue: "O amor (ágape) é paciente, o amor é amável. Sem inveja, ele não tem ostentação, ele não é orgulhoso. Não é rude, ele não é interessado, ele não se irrita facilmente, ele não mantém nenhum registo dos erros. O amor não se deleita com o mal mas rejubila com a verdade. Protege sempre, confia sempre, sempre tem esperança, sempre persevera. O amor nunca falha.” (I Coríntios, 13, 4:8).
Os filósofos gregos nos tempos de Platão e outros autores antigos usaram o termo (ágape) para denotar o amor a um esposo ou a uma família, ou a afeição para uma atividade particular, em contraste com philia, uma afeição que poderia ser encontrada entre irmãos ou a afeição assexuada, e eros, uma afeição de natureza sexual.
(wikipedia)
26 fevereiro 2009
Wonder Barack
25 fevereiro 2009
Vive no receio da queda

Mas " o receio clínico da queda é o receio de uma queda que já se experimentou e há momentos em que o paciente sente a necessidade de lhe dizerem que a queda, que ele tanto teme e que lhe mina a vida, já se verificou".
O mesmo se passa, parece, com a angústia do amor. Era preciso que alguém me pudesse dizer:
"não esteja angustiado, você já a perdeu".
Barthes, "Fragmentos de um Discurso Amoroso"
24 fevereiro 2009
Como a horripilante época do carnaval revelou, decerto num acaso, ou impulso, algumas bloggers famosas
Foi o caso da Mátria Minha, que sabe tudo o que as mulheres querem e igualmente tudo sobre o que nós somos. Ei-la nesta quadra, a ver os outros a comer pipocas e a preparar (mais) um post demolidor:

Ou ainda da Menina bem comportada, que arrebata a imaginação feminina com as fotos de rapazes amigos, que provam que só há gajos bons, pondo o resto do mundo masculino em desespero nos ginásios, clínicas, e esborratando a cara com cremes. Em posts de inicio de quadra carnavalesca, e que apareceu assim, saída de uma festa "carnival free":

Também vi a blogger do Criativemo-nos, muito cansada e criativa com auriculares para não ouvir brasileiradas de carnaval, e que também gosta de falar da malta. Oh pra ela aqui com os seus dois pets:

A blogger do Há Vida em Marta, apareceu mais tarde, vê-se que não vai em carnavais:

Como se sabe a blogomalta feminina é assim. Ou somos nós que as vemos assim, o que é quase igual !

Ou ainda da Menina bem comportada, que arrebata a imaginação feminina com as fotos de rapazes amigos, que provam que só há gajos bons, pondo o resto do mundo masculino em desespero nos ginásios, clínicas, e esborratando a cara com cremes. Em posts de inicio de quadra carnavalesca, e que apareceu assim, saída de uma festa "carnival free":

Também vi a blogger do Criativemo-nos, muito cansada e criativa com auriculares para não ouvir brasileiradas de carnaval, e que também gosta de falar da malta. Oh pra ela aqui com os seus dois pets:

A blogger do Há Vida em Marta, apareceu mais tarde, vê-se que não vai em carnavais:

Como se sabe a blogomalta feminina é assim. Ou somos nós que as vemos assim, o que é quase igual !
23 fevereiro 2009
19 fevereiro 2009
Downhearted
- Estou a tentar
- Como é que isso se faz?
- Não sei, acho que aparece
- Mas sentes alguma coisa?
- Não, não sinto nada, começa, pronto, sei lá
- Mas não vejo nada a aparecer, escusavas de ...
- Larga-me
- ... escusavas de tentar encantar, é para isso que estás a olhar?
- Talvez, ela é, não sei, faz parte do acordar
- Importas-te de explicar isso? É que assim ninguém lê, caraças.
- Bem, é que eu acordava e pensava logo: estou bem com ela ou estamos zangados?
- Todos os dias?
- Pois, todos ...
- E agora? ainda é assim?
- Agora? Não, é pior.
....
- E tens sempre de pôr títulos em inglês?
- É pudor, não se pode falar de amores assim de qualquer maneira, é obsceno
- Tás parvo? Onde é que foste arranjar essa ideia?
- Foi o Barthes
- Quem é esse gajo?
18 fevereiro 2009
Poema romeno (para os andam sempre a criticar os posts em inglês)

Lucian Blaga
Noi şi pământul
Atâtea stele cad în noaptea asta.
Demonul nopţii ţine parcă-n mâni pământul
şi suflă peste-o iască
năprasnic să-l aprindă.
În noaptea asta-n care cad
atâtea stele, tânărul său trup
de vrăjitoare-mi arde-n braţe
ca-n flăcările unui rug.
Nebun,
ca nişte limbi de foc eu braţele-mi întind,
ca să-ţi topesc zăpada umerilor goi,
şi ca să-ţi sorb, flămând să-ţi mistui
puterea, sângele, mândria, primăvara, totul.
În zori când ziua va aprinde noaptea,
Când scrumul nopţii o să piara dus
de-un vânt spre-apus,
în zori de zi aş vrea să fim şi noi
cenuşa,
noi şi - pământul.
Nós e a Terra
Tantas estrelas caem esta noite.
O demónio da noite parece segurar entre suas mãos a Terra
e soprar sobre ela chispas como se fosse isca,
violentamente, para incendiá-la.
Esta noite, quando tantas
estrelas caem, teu jovem corpo
de feiticeira arde entre os meus braços
como entre chamas de fogueira.
Louco,
estendo meus braços como labaredas,
para derreter a neve de teus ombros desnudados,
e sorver-te, consumir-te, faminto,
a força, o sangue, o orgulho, a primavera, tudo.
Na alvorada, quando o dia iluminar a noite,
quando a cinza da noite perecer levada
pelo vento ao poente,
na alvorada queria sermos nós também
só cinzas, nós e - a Terra.
(tradus de Micaela Ghitescu, editia "Mirabila samanta", ed. Minerva, Bucuresti, 1981)
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